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sábado, 20 de janeiro de 2018

A Necessidade de Diversificar A Matriz Energética



Depois da crise de 2001, a Aneel e outros órgãos governamentais passaram , entre outras medidas , a incentivar a instalação de usinas termelétricas , principalmente nas localidades próximas a gasodutos , um vez que a produção de energia elétrica pela queima de gás natural é pouco poluente. A utilização de gasodutos barateia o transporte e permite melhor distribuição geográfica das usinas. Na busca por maior diversidade diversidade de nossa matriz energética , pretende-se , com o incentivo à instalação de termelétricas , evitar novas crises. As usinas hidrelétricas , que produzem energia mais barata , permanecem prioritárias no abastecimento , mas as termelétricas podem ser acionadas em períodos de pico ser acionadas em períodos de pico no consumo ou quando é necessário preservar o nível de água nas represas. A opção pela diversificação da matriz energética com prioridade para usinas menores difere bastante de adotada durante a década de 1970 e início da de 1980, quando foi dado grande impulso ao setor energético. Depois das crises do petróleo de 1973 e 1979, a produção de hidreletricidade passou a receber grandes investimentos , por se tratar de fonte alternativa ao petróleo. A política governamental estabeleceu com prioridade a construção de usinas com grandes represas, porque na época não havia exigência de aprovação dos projetos pelos órgãos ambientais, o que passou a ocorrer somente a partir de 1986. É o caso de Itaipu , no Rio Paraná (Centro-Sul) , a maior usina hidrelétrica brasileira. No Norte , as principais usinas são Tucuruí, no Rio Tocantins , e Balbina no Rio Uatumã , ao norte de Manaus ; e no Nordeste , Sobradinho e Xingó , no Rio São Francisco.  Essas grandes obras são polêmicas e algumas delas apresentam aspectos técnicos questionáveis . Usinas  com o potencial de Itaipu, Tucuruí e Sobradinho exigem a construção de enormes represas , que causam danos sociais e ambientais irreversíveis : extinção de espécies endêmicas (que só existem nessa área), inundação de sítios arqueológicos , alteração da dinâmica de erosão e sedimentação, deslocamento de população que vive em cidades , reservas indígenas e comunidades quilombolas, entre outros danos. Entre as grandes obras, a usina de Balbina , construída no meio da bacia sedimentar amazônica , a aproximadamente 200 km ao norte de Manaus , foi a que causou os maiores prejuízos. Por ter sido construída em relevo plano , sua represa , que inundou 2524 km2 da Floresta Amazônica , produz somente 250 MW , energia que abastece apenas 50% das necessidades de consumo de Manaus. Em suma , Balbina possui um represa com dimensões comparáveis às de Tucurui, mas a energia que pode produzir é praticamente irrisória (17 vezes menos que Tucuruí). Compare , na tabela a seguir , as diferenças entre área inundada e potência final das principais usinas hidrelétricas do Brasil. Saiba sobre a Usina de Paulo Afonso , localizada na divisa entre Bahia e Pernambuco , apresenta a melhor relação entre área inundada e potência final. Isso se explica pelo acentuado desnível do relevo do planalto da Borborema. Já a pior relação é a usina de Balbina , localizada na planície Amazônica . Aproveite para comparar com uma obra que usa tecnologia moderna. A usina de Belo Monte , projetada para ser construída no Rio Xingu, tem previsão de alagar um área de 516 km2 e produzir 11233 MV (em 2009 aguardava licenciamento ambiental para o início das obras). Com a provável esgotamento das possibilidades de construção de grandes usinas hidrelétricas na região Sudeste e os investimentos no Sistema Interligado Nacional, passou a ocorrer uma descentralização da geração para regiões marginalizadas ao longo do século XX. Esse fato vem favorecendo o desenvolvimento das atividades econômicas em áreas historicamente desprovidas de infraestrutura básica. Está ocorrendo uma desconcentração do parque industrial , principalmente nas regiões Sul, Nordeste e Norte.

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