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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Cultura: Censura , Nacionalismo e Americanização

O processo de urbanização, com intensa migração , continuou nas décadas de 1930  1940. A agitação nas cidades cresceu e, agora , havia muitos carros e ônibus nas ruas . Nos grandes centros , verificavam-se a verticalização das construções , com prédios de até 12 andares , e o aumento da circulação cultural. O governo , autoritário e centralizador , tentava exercer um controle sobre essa agitação , promovendo  a divulgação de uma imagem ordeira e ufanista do Brasil. Assim como na Europa , o nacionalismo , com amplo apoio popular , dava uma nova identidade à sociedade , que estava em rápida transformação. O controle da cultura popular coincidia com a revolução radiofônica e a expansão da indústria fonográfica . O samba , visto , durante muito tempo , com desconfiança , ganhou status de ritmo  nacional. As letras que, antes , falavam da malandragem foram adequadas aos valores do regime , com ênfase na exaltação brasileira e na criação da imagem positiva do trabalho. Pelo rádio , divulgavam-se programas de auditório , musicais , novelas e notícias ,. Cantores como Orlando Silva, Francisco Alvez, Emilinha Borba e Marlene tornaram-se celebridades nacionais . Com grande sucesso , Carmem Miranda virou um símbolo do Brasil no exterior.
O esforço do modernismo em destacar as múltiplas heranças culturais do povo brasileiro ganhou terreno nesse período . Pela primeira vez , a política oficial reconheceu a mestiçagem como matriz da nacionalidade. O Carnaval - unido definitivamente com o samba - , a capoeira , a feijoada e outros elementos híbridos da cultura popular , sob a supervisão do Estado , foram considerados constitutivos da identidade nacional. Desse modo , propagou-se o mito da democracia racial. Apesar de todo empenho governamental em promover um nacionalismo , ainda que sob censura , com aproximação comercial com os Estados Unidos , o Brasil e os demais países da América sofreram influência da cultura norte-americana. Como já se viu , desde o fim da Primeira Guerra , o estilo de vida americano era divulgado por revistas , produtos e , especialmente , pelo cinema. Essa difusão ampliou-se com a atuação de uma agência oficial do governo norte-americano para a integração cultural e comercial da América, presidida por Nelson Rockfeller . Walt Disney participou desse empenho do governo criando o personagem Zé Carioca para simbolizar o Brasil em filmes de animação. Houve uma tentativa do governo de proteger a produção cinematográfica , com financiamento, premiações aos produtores e leis que obrigam a divulgação dos filmes nacionais . A forte concorrência americana , no entanto , acabou sufocando a incipiente indústria brasileira . Sobreviveram as comédias carnavalescas, de forte apelo popular . Enquanto isso , os mitos hollywoodianos continuavam vendendo sonhos e influenciando comportamentos.

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