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domingo, 28 de janeiro de 2018

E agora, o que nos espera?



A transformação radical de uma sociedade - revolução- está sempre ligada à superação de um sistema por outro, havendo um movimento popular ou classe social oprimida organizada para ir à frente e derrubar o antigo regime. Na sociedade capitalista , segundo Marx, a classe social oprimida é o proletariado. Depois das muitas revolução que ocorreram no mundo, há a possibilidade de a classe proletária, ou trabalhadora , organizar-se para derrubar o sistema capitalista ? Há condições objetivas (crise do sistema , organização , poder , armas) e subjetivas (consciência social, aliança entre os diversos segmentos dos explorados) para que isso ocorra? Não se pode negar a existência dessas condições , principalmente nos países menores e periféricos do sistema capitalista, mas, nas sociedades integradas ao capitalismo e com forte esquema de massificação , torna-se cada dia mais difícil acontecer um movimento revolucionário. Hoje , em todos os meios de comunicação, ouvimos declarações de que estamos vivendo em uma "nova" sociedade , em uma "era pós-moderna", em uma "sociedade pós-burguesa", em uma "sociedade pós-industrial" , etc. Com isso , afirma-se que está se estruturando uma nova organização social, completamente diferente da anterior. Ora, na sociedade atual estão sendo levadas ao limite as potencialidades da modernidade estabelecida pela Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX, sem modificar suas estruturas de poder e economia , mas , ao mesmo tempo, estão sendo criados e desenvolvidos os germes de sua modificação. Há indícios de que uma transformação está ocorrendo, mas em qual direção? As respostas a essa questão são muito divergentes. Podemos perceber que a ideia de uma revolução violenta , com a tomada do poder do Estado para desenvolver uma nova sociedade, está cada dia mais distante da realidade. É possível uma revolução e a criação de uma nova sociedade por meio da ação consciente dos trabalhadores explorados? Parece difícil , porque a capacidade de cooptação por parte dos poderes vigentes é muito grande. Mas a consciência da desigualdade e do sofrimento que isso acarreta não é apagada ou silenciada, e se manifesta da desigualdade e do sofrimento que isso acarreta não é apagada ou silenciada, e se manifesta em revoltas pontuais em várias partes do mundo. Parece fora de cogitação , também , a ideia de uma mudança significativa mediante ações lentas e graduais por parte das instituições políticas existentes , pois estas estão muito amarradas às estruturas de poder e pouco podem fazer. Quando existe uma possibilidade de mudança, a força da reação normalmente é muito grande e pode aniquilar qualquer tentativa de resistência. Além disso, por causa da crise na democracia representativa , as pessoas já não acreditam que os políticos possam tomar medidas para alterar profundamente a sociedade. Então não há alternativa? Há uma apatia geral e nada acontece porque pouco se pode fazer para promover mudanças na sociedade em em que vivemos? A ideia de transformação mudou, pois hoje parece não ser possível uma transformação geral e ampla , mas pode haver mudanças específicas nas condições de vida dos participantes dos movimentos sociais. Os envolvidos em tais movimentos buscam emancipar-se dos poderes existentes e criar alternativas coletivas concretas , ainda que restritas e parciais , à situação vigente.


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